Folie à Deux é um transtorno psicótico raro, em que duas ou mais pessoas compartilham uma delusão. Caracterizado pela crença de que experiências ilusórias são reais, requer tratamento psicoterapêutico para minimizar sintomas e promover a recuperação.
Principais características
A Folie à Deux, também conhecida como Síndrome do Delírio Compartilhado, é um transtorno psicótico raro em que um indivíduo influencia diretamente a crença delirante de outra pessoa ou pessoas próximas. Neste transtorno, a pessoa que inicialmente apresenta os delírios é chamada de “indutor” e a pessoa influenciada de “secundária”. A crença delirante geralmente não ocorre em nenhuma outra pessoa fora do relacionamento disfuncional entre o indutor e a secundária.
Um fator importante na Folie à Deux é que o indutor não apresenta os sintomas como resultado de um distúrbio mental pré-existente. As características da doença podem variar de indivíduo para indivíduo, mas geralmente envolvem uma opinião compartilhada sobre algo irracional ou ilógico que é mantido apesar de evidências em contrário. Essa crença delirante conjunta pode envolver uma série de temas, como perseguição, ciúmes ou grandiosidade.
Outra característica desse transtorno é a extrema influência exercida pelo indutor sobre a secundária. A pessoa influenciada pela crença delirante do indutor tende a aceitar e adotar essas crenças sem questionar, muitas vezes comprometendo sua própria saúde e bem-estar em função disso.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico da Folie à Deux nem sempre é fácil, devido à natureza complexa e única desse transtorno. Geralmente, um profissional de saúde mental com experiência em transtornos psicóticos é responsável por identificar os sintomas e realizar uma avaliação completa do paciente. Para isso, é essencial coletar informações detalhadas sobre os antecedentes médicos e familiares da pessoa envolvida.
Um diagnóstico preciso depende do reconhecimento dos sinais de influência entre o indutor e a secundária, além das características típicas do transtorno. É importante distinguir a Folie à Deux de outras doenças mentais, como a esquizofrenia e o transtorno delirante, para garantir um tratamento adequado.
Como é feito o tratamento
O tratamento da Folie à Deux pode ser um desafio, pois geralmente envolve abordar as crenças delirantes compartilhadas por ambos os indivíduos envolvidos. A terapia individual e familiar desempenha um papel fundamental na intervenção desse transtorno. O objetivo do tratamento é ajudar a secundária a reconhecer e questionar suas crenças delirantes, bem como a fortalecer sua independência e autoestima.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem sido amplamente utilizada para tratar a Folie à Deux. A TCC ajuda a pessoa a identificar e desafiar crenças irracionais, além de desenvolver estratégias para lidar com pensamentos distorcidos. A psicoterapia familiar também é importante para promover a comunicação saudável entre os membros da família e para ajudar a secundária a estabelecer limites saudáveis em relação ao indutor.
Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicação para tratar sintomas associados, como ansiedade ou depressão. No entanto, a administração de medicamentos deve ser cuidadosamente avaliada por um médico, levando em consideração os possíveis efeitos colaterais e a interação com outros transtornos ou condições médicas.
Em suma, a Folie à Deux é um transtorno psicótico raro, caracterizado por crenças delirantes compartilhadas entre o indutor e a secundária. O diagnóstico dessa doença requer uma avaliação minuciosa e um entendimento profundo da dinâmica familiar. O tratamento envolve terapia individual e familiar, com ênfase na TCC e na promoção de uma comunicação saudável. O diagnóstico e o tratamento precoces são essenciais para melhorar a qualidade de vida da secundária e evitar complicações futuras.
Este conteúdo não deve ser usado como consulta médica. Para melhor tratamento, faça uma consulta com um médico.