Atualmente, cerca de 2 milhões de pessoas têm aplicações nesse tipo de portfólio
Os fundos imobiliários (FIIs) têm se tornado cada vez mais populares entre os investidores, com destaque para os fundos de renda urbana e os fundos de papel. Esses produtos têm atraído a atenção dos investidores devido ao seu desempenho e à possibilidade de obter rendimentos estáveis no mercado imobiliário. Além disso, há uma boa notícia para aqueles que buscam investir nessa modalidade: a taxa de dividendos, que havia caído, está se recuperando.
De acordo com um relatório divulgado pela B3 – bolsa de valores brasileira –, em dezembro de 2022, o investimento em fundos imobiliários era dominado por pessoas físicas. Esse grupo detém 74% do saldo total nesse tipo de produto. A B3 destaca ainda que o número de investidores em fundos imobiliários vem crescendo significativamente, passando de 200 mil em 2018 para 2 milhões de CPFs atualmente.
O desempenho dos fundos imobiliários também pode ser observada por meio do Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix). Até maio de 2023, o índice apresentou um crescimento de 3,37% no acumulado do ano. Além disso, no mês em questão, o Ifix registrou uma valorização de 4,62%, com 16 sessões consecutivas no campo positivo.
A performance vem conquistando investidores de diversos perfis, especialmente por meio de uma carteira recomendada FII. Essa opção traz um conjunto de fundos selecionados por especialistas, que consideram os aspectos econômicos e as perspectivas de crescimento do setor imobiliário para obter ganhos.
Segmentos de fundos imobiliários em alta
Em um contexto em que a taxa Selic se mantém em patamares elevados e a inflação ainda apresenta números significativos, especialistas têm dado destaque aos fundos imobiliários de “papel” e de renda urbana. Esses segmentos têm despertado a atenção dos investidores e se tornaram recomendações frequentes no setor de FIIs.
Os fundos de papel são investimentos de renda variável que aplicam o patrimônio dos cotistas em títulos financeiros lastreados no setor imobiliário, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras Hipotecárias (LHs). Esses portfólios distribuem pelo menos 95% do resultado líquido obtido por meio dos investimentos.
Já os fundos de renda urbana têm ganhado popularidade por proporcionarem aos investidores a oportunidade de receber renda proveniente de imóveis comerciais, sem precisar lidar com as responsabilidades burocráticas e os altos custos associados à compra e à manutenção desses empreendimentos. Eles investem em imóveis localizados em áreas urbanas e têm como objetivo principal gerar renda por meio do aluguel desses imóveis comerciais.
Os especialistas ressaltam que a preferência por esses segmentos se mantém ao longo do tempo, pois as condições econômicas atuais continuam favoráveis para a rentabilidade dos fundos imobiliários de papel e de renda urbana. Assim, a busca por alternativas que ofereçam retornos consistentes e diversificação nos investimentos tem impulsionado a popularidade desses fundos entre os investidores.
Fundos de investimento fazem sucesso também na Europa
De acordo com dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP), no primeiro trimestre de 2023, os investidores particulares aumentaram suas aplicações em fundos de investimento em quase R$ 1 bilhão. O BdP também destacou que esses investidores detinham 51% do total de cotas emitidas.
Os fundos de investimento emitiram um total de R$ 35,9 bilhões em cotas no primeiro trimestre de 2023, o que representa um aumento de R$ 1 bilhão (ou 2,9%) em relação ao último trimestre de 2022, conforme indicado pelos dados do BdP.
No final de março de 2023, os fundos imobiliários e os fundos de obrigações mantiveram sua posição de destaque, representando 41% e 23%, respectivamente, do total do patrimônio dos fundos de investimento. Os FIIs registraram um total de mais de R$ 16,5 bilhões, enquanto os fundos de obrigações alcançaram R$ 9,2 bilhões.
Segundo o BdP, os fundos de investimento continuaram a privilegiar o investimento em ativos não financeiros, como imóveis, seguidos pelos títulos de capital. Esses dados, portanto, evidenciam a crescente popularidade dos fundos de investimento entre os investidores portugueses.